terça-feira, 12 de maio de 2009

Amares sem apoio à internacionalização dos produtos agrícolas

A vida de todos nós, amarenses, constrói-se segundo a evolução dos acontecimentos, das tendências económicas, sociais e culturais, influenciadas pela utilização dos deveres e direitos sociais, das liberdades individuais e da interdependência comunitária na procura constante da melhoria da qualidade de vida da nossa comunidade atraído e fixando a população.

No que entanto o que temos verificado é que cada vez mais cidadãos do norte do país, amarenses incluídos, emigram para o estrangeiro, principalmente para Espanha, procurando uma vida melhor com melhores condições económicas, para si e para toda a família.

A qualidade de vida é, hoje, um factor determinante na opção do projecto de vida de cada pessoa, pois, quanto mais eficientes e melhores forem as condições sociais e económicas designadamente ao nível da habitação, da saúde, do ambiente, da educação e formação maiores potencialidades existem para a fixação das pessoas contribuindo assim para um crescimento social e económico sustentado.

Queremos contudo melhorar e potenciar essa mesma realidade introduzindo melhorias na terra onde nascemos e fomos criados pois queremos que Amares seja um concelho com condições de vida mais agradáveis e atractivas onde investir seja cada vez mais sinónimo de aposta ganha potenciando o futuro.

Neste sentido, as actividades agrícolas que caracterizam a nossa região sendo, naturalmente, uma das fontes de rendimento de muitas das nossas famílias, não são, infelizmente, devidamente acarinhadas por quem de direito pois continuamos a assistir de uma forma continuada a um abandono e desinteresse constantes, principalmente nas freguesias mais periféricas e menos habitadas onde as dificuldades são mais visíveis e onde os apoios têm sido escassos senão mesmo inexistentes.

Assistimos infelizmente a um frágil apoio e mesmo esquecimento das actividades agrícolas pelas entidades competentes e pelo governo.

Desta feita julgamos necessário que ao nível dos produtos agrícolas e da agricultura se proceda para colmatar esta lacuna da seguinte forma:

- A elaboração de uma estratégia global concelhia ou inter-concelhia com o objectivo de divulgar os produtos, dando a conhecer as suas características únicas e a sua capacidade diferenciadora dos demais coisa que até aqui não tem acontecido.
- Se criem canais de escoamento já que a dificuldade crescente no escoamento dos produtos endógenos é bem patente nas queixas apresentadas pelos que vivem do que a terra dá.

A inexistência de uma estratégia de rentabilização dos produtos da terra e de preços condignos pagos ao produtor são factores que contribuem para a perda do nível de vida do agricultor potenciando o abandono das terras agrícolas fomentando assim a especulação imobiliária e a indústria extractiva agravando a perda da qualidade de vida a que aludimos no início deste artigo.

Neste sentido, o nosso concelho, quiçá numa estratégia concertada com outros municípios precisa de certificar os produtos endógenos, pois, embora necessitando melhorar continuamente a qualidade dos mesmos temos características únicas e um microclima favorável ao desenvolvimento dos mesmos recorrendo à exportação e internacionalização dos nossos produtos, procurando criar riqueza e fixar e atrair mais pessoas à nossa terra, promovendo assim o concelho de Amares.

Somos pois da opinião que as terras entre o Cavado e o Homem, onde Amares se insere, precisa de uma estrutura económica funcional, estruturada e organizada cujo principal objectivo seja apoiar os produtores agrícolas na promoção, divulgação e venda dos produtos da nossa terra, como o milho, o vinho, a laranja, a agropecuária procurando dar a conhecer tudo aquilo que de bom se faz neste e noutros concelhos, procurando dinamizar os frutos da nossa agricultura.

Nesta perspectiva, julgamos que é tempo do nosso concelho possuir uma estrutura congénere para que os nossos agricultores se sintam apoiados e incentivados a desenvolver a agricultura sendo que de tal actividade, nobre e muito digna, depende muito da nossa qualidade de vida do presente e do futuro a que todos os amarenses e todos os cidadãos deste país têm direito e a que fizemos referência no início destas singelas reflexões.

Manuel Pereira
Presidente da Comissão Política do CDS-PP de Amares

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